Por tOn Miranda
Cazuza, na sua sabedoria poética popular disse em um dos seus versos que “quem tem um sonho não dança”, mas o filósofo alemão Friedrich Nietzsche disse uma vez que “aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música”. Talvez inspirado em Nietzsche que o cantor, compositor, músico e diretor Oswaldo Montenegro disse “Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança…”, o fato é que PEDRO VENTURA é esse jovem artista, dançarino, dono de um corpo preto, periférico, sensível e que deixa a dança tirada das ruas, atravessar seu corpo e causar em seu imaginário os sonhos e movimentos que alcançam os espectadores da sua arte que pulsa nas batidas do hip-hop, zumba e toda a sorte de música e de dança de rua.
Pedro é paulistano e cresceu na periferia de São Paulo, no município de Ferraz de Vasconcelos onde desde pequeno viu na dança de rua seu combustível de vida. Certamente, se Pina Bausch (1940-2009), a grande coreógrafa e dançarina alemã, visse a arte que emana do corpo do jovem Pedro Ventura, seus conselhos seriam: “Dançar é uma forma de amar. Dance, dance… senão estamos perdidos. Você tem que deixar que cada um se expresse por suas motivações internas”. E nossa grande bailarina e coreógrafa brasileira, Angel Vianna, falaria que “o movimento é como uma música que vibra no ar”.
Esse ariano, de apenas 20 anos, faz da dança não só uma forma de se expressar, mas seu estilo e forma de enxergar a vida. A rua poderia ter te ensinado centenas de coisas que não levariam a sua vida pra frente, mas ele, como Caetano Veloso, resolveu enxergar “a dura poesia concreta de tuas esquinas” e traduzir nos movimentos de suas mãos, peitos, pernas, pés e músculos, a música que teu corpo canta pra se comunicar com a sua geração. Pedro Ventura atendeu carinhosamente nosso convite para responder as 28 perguntas da coluna PERFIL e que você confere agora as suas respostas para as nossas provocações.
tOn Miranda: Qual a lembrança marcante você tem da sua infância?
Pedro Ventura: A lembrança mais marcante que eu tenho, que particularmente sempre que estou dançando ou fazendo uma performance eu me lembro, é com meu pai dançando comigo blacks antigos na sala da casa na praia onde ele morava.
tOn: O que te levou a se envolver com a área artística?
Pedro: Fazer aula de hip-hop street-dance desde de pequenininho.
tOn: Quem é uma inspiração para você?
Pedro: Minha mãe, aprendi com ela vendo e crescendo que em meio a tudo sempre temos que continuar em frente, continuar vivendo!
tOn: Qual o hábito mais chato das pessoas?
Pedro: Gastar tempo em excesso nas redes sociais (me incluo muito nisso).
tOn: O que você vê como seus pontos fortes?
Pedro: O coração emotivo e a fé em Deus de que bons tempos são reais.
tOn: Qual o mais distante você já esteve de casa?
Pedro: Em Santa Catarina, região sul, a convite de uma ONG para uma convenção nacional, realizando uma performance de street-dance.
tOn: Cite dois ou três pratos que remetem a sua infância e que eram especialmente memoráveis?
Pedro: Prato memorável do meu pai era levar eu e minha irmã ao Mc’Donalds e da minha mãe o inesquecível pavê de chocolate.
tOn: Em que momento decidiu fazer do seu talento uma profissão?
Pedro: Decidi que poderia seguir profissionalmente no mundo da dança ao ver desde pequeno meu professor de street-dance ganhar a vida e ainda sustentar a casa da mãe dele apenas dançando.
tOn: Qual artista faz a trilha sonora da sua vida?
Pedro: Chris Brow feat Usher – New Flame 🔥 🎶.
tOn: Quem são os seus melhores amigos?
Pedro: Primeiro DEUS, segundo minha família.
tOn: Qual canal de TV não existe, mas deveria?
Pedro: Canal The Dance Power, aonde poderia falar sobre os estudos e a arte da dança.
tOn: Quem são os seus heróis?
Pedro: DEUS e minha mãe.
tOn: Onde você gostaria ir de férias e nunca foi?
Pedro: Gostaria de ir com amigos e família para Orlando, Flórida.
tOn: Qual foi a última coisa que você conseguiu de graça?
Pedro: Já há algum tempo atrás eu ofereci ajuda para um pessoa com deficiência visual a chegar até a estação e ela insistiu em pagar a minha passagem de volta para minha casa.
tOn: Qual filme merece uma sequência?
Pedro: Um filme lindo – Uma Linda Mulher.
tOn: Se você pudesse se encontrar com qualquer pessoa no mundo, quem seria e por que?
Pedro: Com toda a certeza do mundo seria com o rapper e produtor cinematográfico Will Smith, sigo e acompanho todos os filmes e trabalhos deste cara e sinceramente acho um homem incrível.
tOn: O que você ensinaria a você mesmo quando criança?
Pedro: Eu ensinaria a fazer o que eu busco hoje em dia, lutar pelos seus sonhos e não deixarem morrer.
tOn: Se você fosse um herói, qual seria o seu super poder e por que?
Pedro: Sempre adorei em específico o herói Flash, mas se fosse para escolher um herói e seu poder eu sem pensar duas vezes escolheria o Homem De Ferro (Iron Man), sua inteligência e a capacidade de alcançar lugares e oportunidades enormes na vida, com certeza seria este.
tOn: Pelo o que você gostaria de ser lembrado?
Pedro: Gostaria de ser lembrado como “Aquele cara que nasceu dançando e morreu dançando”.
tOn: Qual a pergunta mais chata que fazem a você?
Pedro: Em que hora do dia você não está dançando ??
tOn: Uma cor…
Pedro: Azul
tOn: Uma música…
Pedro: New Flame 🔥🎶
tOn: Um lugar…
Pedro: Santa Catarina.
tOn: Um livro..
Pedro: Uma Vida Com Propósito.
tOn: Dia ou Noite?
Pedro: Dia
tOn: Doce ou Salgado?
Pedro: Doce
tOn: Um prazer…
Pedro: Dançar.
tOn: Uma saudade…
Pedro: Subir, dançar e encantar pelos palcos.