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Ceia de Natal descolonizada: um resgate de nossas comidas ancestrais no Natal | CULTURA E GASTRONOMIA

Por Aline Chermoula

Natal é aquela data onde tudo parece mais agradável, as pessoas mais leves, amáveis, e ainda podemos comer de tudo até dizer chega!

Pois bem, mas nem tudo é tão maravilhoso assim. Eu te pergunto: até que ponto a comida que comemos no Natal pertence à nossa identidade?

O preparo de um prato típico da cultura preta diz muito sobre ancestralidade e memória do povo diaspórico. Muitos preparos típicos da cultura culinária nas Américas revelam fatos de como se deu a diáspora africana por aqui.

A cozinha preta foi elaborada dentro do ambiente hostil da escravização dos africanos e, por isso, traz vestígios da cultura culinária europeia, mas sempre criada a partir de memórias do continente africano. Para citar alguns exemplos, nas Américas foram reproduzidos preparos como angu, idêntico ao Funge angolano, frango com quiabo, que se apresenta muito semelhante à Moamba de galinha, também angolana, porém não traz o azeite de dendê como principal referência; no Sul dos EUA encontramos o Gumbo e Jambalaya, que carregam todas as referência de sabores do Jollof, originário do Oeste da África. Falarei de muitos outros pratos nesta coluna.

Nesse sentido, concentro meu trabalho em resgatar nossas receitas a partir de ferramentas de pesquisa para que, dessa forma, eu consiga nutrir o corpo e também a cabeça, trazendo à tona novos hábitos alimentares que nos remetam à ancestralidade africana, afinal, como herdeiros da diáspora temos também o dever de preservar na memória e na história nossas receitas ancestrais. Te convido, portanto, a promover um jantar descolonizado neste Natal.

Reverencie à mesa com sua família comidas com referências ancestrais, que honram nossas histórias e valorizam nossa cultura alimentar.

Fiquem atentes em breve traremos receitas ancestrais pro seu Natal.

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