Espetáculo busca colocar em cena os conflitos internos dos atores apaixonados de uma perspectiva bem-humorada, com pitadas de ironia e de auto deboche
DRIVER
Idealizada por Victor Abrahão a partir de sua própria trajetória de vida, a peça Driver é a primeira parte da Trilogia Zona de Intermissão. No elenco estão os atores Bia Ferraresi, Duda Paiva, Leila De Noce, Matheus Mascarenhas e Marcelo Stehlick. A temporada é online e gravada, com sessões de 16 de outubro a 13 de novembro (ingressos disponíveis pelo Sympla).
Os cinco jovens atores-criadores foram convidados pelo diretor a colocar à prova seus limites amorosos realizando loucuras de amor – a partir de suas próprias histórias -, que se situam nas barreiras entre o lúdico e o real, entre o espaço fechado e a imensidão da cidade. A partir da fusão de diversas linguagens artísticas, o espetáculo performático busca, de um jeito leve e rodeado de divertimento, caminhar por zonas de intermissão no cotidiano e no amor, gerando outros afetos.
Todos os atores partem de suas próprias histórias. Tem personagem que saltou de asa delta por um amor carioca, que projetou na Rua da Consolação o pedido de mais uma chance, que espalhou o perfume na linha de metrô que a amada usa todos os dias, planejou lua de mel antes do namoro ou comemorou aniversário de fim da ponte Sumaré.
“Driver – e toda trilogia – se pauta pela busca em vida por uma zona de intervalo, por uma zona de vazio criativo e de fraqueza no próprio amor. É na zona de intermissão das loucuras de amor que se buscam as formas presentes, tentativa (possível?) de achar uma fenda pelo encontro das imensidões interiores e exteriores, de indivíduos e mundos nos corpos coexistentes apaixonados. Essa busca de tempos, espaços e corpos expandidos será possível ou o náufrago urbano é iminente?”, questiona Victor Abrahão, que avança:
“A escolha de jovens atores parte da proximidade destes, com sua coragem no ápice, para a abordagem do amor a partir de suas histórias autobiográficas. A juventude em exploração máxima das loucuras de amor – lúdicas e apaixonadas”.
Ambientada em uma balada secreta no centro da cidade de São Paulo (ponto inabitável e underground), junto a momentos na própria cidade, os jovens concretizam as maiores loucuras de amor, tentando assim buscar a intermissão em meio à obsessão da paixão intensa e juvenil urbana.
A proposta é trazer para a atmosfera do espetáculo as próprias relações – em seus vazios completos e seus preenchimentos totais -, além do diálogo entre privado e público, indivíduo e todo – com seus respectivos desdobramentos na cidade a partir do amor. Portanto, a cidade, com sua composição arquitetônica e seus espaços inabitáveis, se torna o cenário que é explorado ao máximo por meio de propostas “megalomaníacas” dos atores, além do uso de seus próprios corpos em amplitudes máximas. Poesia em meio, e por meio, da desordem do amor.
Além disso, o objetivo é explorar novas possibilidades de trabalhar no hibridismo de teatro e audiovisual, como consequência absoluta da pandemia que assolou o ano de 2020. “Portanto procuramos utilizar a câmera para além de um dispositivo estático de transmissão; sendo usada como um componente ativo e fundamental da estética do espetáculo através do plano sequência, pesquisa de ângulos e utilização de drone – sempre em relação aos atores e a cidade, proporcionando uma experiência plural e sensorial para o público online”, conta Victor.
Dramaturgia
O texto do espetáculo foi construído coletivamente. A partir de provocações do diretor, os atores-criadores escreveram textos autobiográficos em diferentes formatos: epístolas, manifestos, poemas, entre outros, sempre buscando desbravar as fronteiras entre obra e artista no mundo urbano e lúdico do amor. Essa dramaturgia, portanto, foi escrita ao longo de um ano e meio – tempo do processo de trabalho.
O elenco busca resgatar e vivenciar o ápice do sentimentalismo juvenil – cada um à sua maneira e a partir de sua própria história – concretizando suas loucuras amorosas e experienciando a vitalidade e a mortalidade que caminham lado a lado com as suas intensidades mais reprimidas.
Como combustível e inspiração, permearam obras clássicas da literatura – como Os sofrimentos do Jovem Werther de Johann Wolfgang von Goethe; A metamorfose de Franz Kafka; O Amante de Marguerite Duras, Primeiro amor de Samuel Beckett -, e temas como filosofia, arte contemporânea e jornalismo, trazidos pela presença de artistas e pensadores contemporâneos convidados e escolhidos pelo diretor ao longo do processo.
Ficha técnica
Idealização e direção: Victor Abrahão
Elenco: Bia Ferraresi, Duda Paiva, Leila De Noce, Matheus Mascarenhas, Marcelo Stehlick
Assistente de direção: Maria Kowales
Dramaturgia: Victor Abrahão, Maria Kowales e elenco
Videomaker: Gustavo Bricks
Iluminação: Iohann Iori Thiago
Sonoplastia: Victor Abrahão e Marcelo Stehlick
Figurinos: Victor Abrahão e elenco
Operador de luz: Ivan Santos
Operador de som: Marcelo Stehlick
Fotografia: João Caldas
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Coletivo
Provocadores: Camila Minhoto, João Carlos Assumpção, Nany People, Thiago Alixandre e Wagner Vasconcelos
Imagens drone: Gui Ferrari
Edição “loucuras de amor”: Marcelo Stehlick e Victor Abrahão
Apoio: Asa delta tour, Movimento Projetemos, Teatro Viradalata
Local de gravação: Teatro Viradalata
Serviço
16 de outubro até 15 de novembro
Sábados e segundas, às 21h; domingos, às 19h.
Ingressos: http://sympla.com.br/driver
R$ 20
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 12 anos