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Câncer de mama: o medo pode ser o pior inimigo

Uberlândia – MG 21/10/2021 –

Muitas mulheres não fazem o exame de mamografia por medo de diagnosticarem o câncer de mama. Entretanto, segundo o INCA, mais de 66 mil novos casos de câncer de mama estão previstos para este ano. A doença, se diagnosticada precocemente, apresenta até 95% de chances de cura.

O corpo feminino pode, em alguns casos, ser cercado de tabus, principalmente em relação ao se tocar. Por isso, antes de tudo, conhecer o próprio corpo é primordial para perceber quando algo não está bem. Várias doenças podem ser descobertas precocemente por meio do toque, e uma delas é o câncer de mama. Por isso, o Outubro Rosa, mês de prevenção a esse tipo de câncer, tem o objetivo de prevenir e disseminar informações para a detecção precoce do câncer de mama, aumentando as possibilidades de cura.

Entretanto, além do preconceito em se tocar, muitas mulheres enfrentam outro inimigo que pode prejudicar o diagnóstico precoce do câncer de mama: o medo. É por causa dele que muitas mulheres não realizam o autoexame e nem vão às clínicas ou unidades de saúde fazer a mamografia.

Em números

De acordo com a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), uma pesquisa realizada pelo Ibope no ano passado revelou que 62% das mulheres não realizaram exames de detecção do câncer de mama, por medo da pandemia. Além da Covid-19, outros receios se fazem presentes na rotina feminina: o medo de realizar a mamografia, devido a uma possível dor durante o procedimento, e o medo de encontrar anormalidades no diagnóstico, temor que atinge 54,5% das entrevistadas, conforme o estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

Atualmente, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a mamografia de rotina, exame indicado para rastreamento do câncer de mama, deve ser feita anualmente, a partir dos 40 anos de idade.

Medo

Segundo a oncologista do Santa Genoveva Complexo Hospitalar, Nathália Almeida, o exame de mamografia é cercado de preconceitos, o que pode atrapalhar o diagnóstico precoce do câncer de mama. “Muitas mulheres acham que o exame causa dor e que pessoas com próteses de silicone não podem realizá-lo. Isso não é verdade. A técnica adequada exige uma compressão da mama para conseguir visualizar possíveis alterações que não podem ser vistas na ultrassonografia, que é um exame complementar, a partir dos 40 anos. Já em mamas jovens, abaixo dos 40 anos, a ultrassonografia é considerada o melhor exame”, explica.

“Devido a esse medo e aos tabus, o nosso maior desafio como médicos é conseguir diagnosticar o câncer de mama em estágios iniciais e em pacientes muito jovens, que ainda não teriam indicação de realizar os exames de rastreio. Além disso, muitas mulheres estão com seus exames de rastreio atrasados”, completa a oncologista.

Nathália alerta que o câncer de mama, quando diagnosticado em estágios iniciais, pode ter até 95% de chances de cura. “Por isso é que reforçamos a importância do diagnóstico precoce. Hoje, nós conseguimos tratar essa doença de maneira individualizada. Procuramos oferecer um tratamento direcionado para cada paciente e tipo de câncer. Outro ponto positivo é que sempre surgem novos tratamentos com maiores chances de resposta, que também proporcionam uma melhor qualidade de vida para os pacientes”, esclarece.

Estatísticas

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados para este ano 66.280 novos casos de câncer de mama no país, com um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. No entanto, pesquisas apontam que cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a prática de hábitos saudáveis.

A oncologista acredita haver um aumento da incidência de câncer de mama antes dos 40 anos. “Ainda não sabemos se é por alterações genéticas ou se está relacionado ao estilo de vida. Por isso, qualquer paciente com nódulo na mama ou axila, vermelhidão, sinais de retração do mamilo ou pele em peau d’orange, que é a pele enrugada, devem procurar imediatamente um médico para iniciar a investigação”, reforça.

“A pandemia prejudicou o diagnóstico precoce e também o acompanhamento de pacientes que tiveram câncer de mama e estavam em seguimento. Além disso, estavam realizando consultas trimestrais com exame físico e exames de rastreio para detectar um novo câncer ou uma recidiva do tumor. É muito importante manter os exames em dia em qualquer cenário”, finaliza a oncologista Nathália Almeida.

Sintomas

Os sintomas aparecem como: nódulo único endurecido, alteração da forma da mama, vermelhidão, retração do mamilo, sensação de massa ou nódulo aumentado na axila. Também pode-se notar a retração da pele, com aspecto de celulite, secreção pelos mamilos, inchaço do braço, dor contínua na mama e/ou mamilos ou descamação.

O Complexo Hospitalar

O Santa Genoveva possui uma equipe multidisciplinar composta por mastologistas, cirurgiões plásticos, radiologistas, patologistas, médicos nucleares e oncologistas. Assim, o paciente consegue o diagnóstico e o tratamento necessário (cirurgia e quimioterapia) em um mesmo local, o que facilita o acompanhamento.

Além disso, o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI), que faz parte do complexo hospitalar, possui aparelhos de mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética para as mamas.

Website: https://www.santagenoveva.com.br/

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