A Cia. Gravitá faz apresentações de “Sob o Mesmo Teto” durante o mês de outubro na Unidade, a performance é toda gestual e calcada nas linguagens do circo e do teatro para narrar uma história de amizade entre um professor (Alessandro Coelho) e uma gata (Débora Ishikawa). Além da temporada, a montagem tem sessão no Dia das Crianças
Com uma mistura de circo e teatro em cena, a relação entre um professor solitário e uma gata de rua embalam Sob o Mesmo Teto, da Cia. Gravitá, que faz temporada de 8 a 29 de outubro, sempre aos domingos, às 17h, no Sesc Pompeia. A montagem também faz uma sessão especial no Dia das Crianças na quinta-feira, 12 de outubro, às 17h. No palco, Alessandro Coelho e Débora Ishikawa interpretam os personagens, já a direção é de Michelli Rebulho.
Na trama, um professor muito ocupado com sua rotina e suas manias, despretensiosamente, encontra companhia em uma gata atropelada. Ele a salva das ruas, ela o salva da solidão. A partir de jogos corporais, cômicos e acrobáticos, os personagens se encontram e criam um laço de amizade que transforma a forma como ambos enxergam a vida.
Sob a direção de Michelli Rebulho, da Artemísia Trupe, o espetáculo lança mão das linguagens do circo e do teatro para narrar essa singela história, também pautada por encontros. “O circo é muito agregador. Ele sempre trouxe o teatro, a música e a dança para dentro dele. É um lugar de simbiose”. Durante o processo de criação, a diretora buscou potencializar, em cada uma das cenas, as diversas variações da acrobacia de solo, ponto forte da companhia.
Alessandro Coelho, intérprete do professor cheio de manias contou detalhes dos jogos corporais, cômicos e acrobáticos em cena. “O espetáculo possui acrobacias de solo individuais e em dupla. Nas acrobacias em dupla, utilizamos uma técnica circense denominada mão-a-mão. Assim, temos elementos acrobáticos estáticos e dinâmicos, que se misturam à trama da história encenada”.
Com uma hora de duração, a montagem, com classificação livre, conduz o espectador a uma redescoberta, que parece ter sido bem esquecida nos tempos atuais: o quanto as relações, tanto com animais quanto com pessoas, são capazes de transformar o ser humano para melhor. Sob o Mesmo Teto, em especial, mostra que a transformação acontece a partir do encontro entre um homem metódico e um pet resgatado das ruas.
“Nossa relação no dia a dia nos faz enxergar os pets como pessoas. Eles têm vontades, manias e se comunicam conosco. E as acrobacias simbolizam justamente a harmonia dessas relações. Sou amante deles, sou a favor da adoção e prezo pelo respeito a todas as formas de vida e acredito que essas coisas permeiam nossas criações. Afinal, eles nos ensinam uma outra linguagem do amor”, fala Débora Ishikawa, a intérprete da gata.
Por sinal, a acrobata teve inspiração em um felino da vida real: Susi, que acompanhou boa parte da vida da acrobata. “Ela era destemida, espantava os cachorros da vizinhança, era uma ótima caçadora, mas ao mesmo tempo muito carinhosa. Sou muito grata pelo tanto que ela me ensinou”, recorda-se. Para levar os gestos à cena, Débora utilizou da mímesis corpórea (teatralização de movimentos do cotidiano a partir da observação), buscando, ao máximo, humanizar os trejeitos felinos. “Nosso objetivo sempre foi o de trazer referências sutis, sem apresentar um gato na sua forma literal, dada a visão humanizada dos nossos pets que a convivência nos traz”, reforça.
Sob o Mesmo Teto não tem fala. Tudo é gestual. Por conta disso, como destaca Alessandro Coelho, a trilha sonora inédita, assinada por Fred Fonseca, tem papel fundamental de guia. Leva o espectador a uma imersão entre as ações e os muitos miados. “Se entendermos que a cenografia, o figurino, a iluminação e, claro, as acrobacias são corpo desse espetáculo, então a trilha sonora é alma deste corpo. Ela é que conduz os personagens e o público ao longo das cenas”, destaca o acrobata.
Alessandro Coelho conclui: “Com um espetáculo recheado de cenas acrobáticas, humor, poesia e encanto, Sob o Mesmo Teto é uma obra que desperta emoções e reflexões sobre a importância das relações afetivas em nossas vidas. É um convite para que o público possa se emocionar e se envolver com todo esse universo mágico que criamos no palco. Te esperamos lá!”
Não deixe de conferir essa emocionante peça que encanta e ensina que as relações mais simples podem mudar a nossa forma de ver o mundo e transformar as nossas vidas.
A CIA. GRAVITÁ
Juntos desde 2009, Alessandro Coelho e Débora Ishikawa trabalham como dupla de mão-a-mão em diversas companhias, como a Noite da Rose, Cia. Diálogos Acrobáticos, Los Circo Los, Troupe Guezá e Coletivo Lateral.
Em 2017, fundaram a Companhia Gravitá com o intuito de pesquisar o circo e suas transversalidades de linguagem. Desde então, já foram contemplados com o Prêmio ProAC, do Governo do Estado de São Paulo, em 2018, 2019 e 2020.
Também participaram de importantes eventos, como o Festival Internacional SESC de Circo (SP), o Festival Paulista de Circo (SP), o Festival de Circo do Brasil (PE), o Festival Internacional de Circo do Ceará (CE), a Mostra SESC de Culturas Cariri (CE), o Festival de Circo Social de Toledo (PA), o Festival de Circo de Campo Mourão (PA), o Festival Intercâmbio de Linguagens (RJ) e o Festival de Artes de Rua de Arouca (Portugal).
Premiados no II Festival Internacional de Circo, destacam-se pelo alto nível técnico aliado à poética da gestualidade.
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Alessandro Coelho e Débora Ishikawa. Direção artística: Michelli Rebulho. Técnico de som: Francisco Barganian. Preparação Corporal: Kelly Cheretti. Cenografia: Rafael de Castro. Figurinos: Helen Quintans. Trilha sonora: Fred Fonseca. Produção Executiva: Juliana Kaneto. Assessoria de Imprensa: Renato Fernandes
SERVIÇO:
Local: Sesc Pompeia
Endereço: R. Clélia, 93 – Água Branca, São Paulo – SP, 05042-000
Temporada: De 8 a 29 de outubro, sempre aos domingos, às 17h.
Sessão especial: Dia das Crianças na quinta-feira, 12 de outubro, às 17h
Ingresso: R$ 25,00 (Inteira) / R$ R$ 12,50 (Meia) / R$ R$ 8,00 (Plena)
*Para crianças até 12 anos, a entrada é gratuita*