A Árvore
Alessandra Negrini estreia solo escrito por Silvia Gomez no Centro Cultural São Paulo
crédito: Priscila Prade
O relato de uma transformação. Em seu primeiro solo, A Árvore, que estreia no dia 15 de agosto no Centro Cultural São Paulo, a atriz Alessandra Negrini dá voz a uma mulher em processo de reflexão depois de ganhar uma pequena planta e ver-se sozinha com ela em seu apartamento. A temporada segue até 1º de setembro, com apresentações de terça a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h.
O trabalho tem dramaturgia de Silvia Gomez, direção de Ester Laccava e produção de Gabriel Fontes Paiva e Alessandra Negrini. Mirella Brandi (luz), Camila Schimidt (cenário), Ana Luiza Fay (figurinos) e Morris (trilha sonora) completam a equipe de criativos.
O projeto de Alessandra Negrini e Gabriel Fontes Paiva tem uma trajetória muito bem-sucedida. A peça estreou durante a pandemia de forma on-line e, depois, virou um longa-metragem que está sendo distribuído pela O2 Filmes. O espetáculo foi convidado para participar do Festival Mujeres en Escena por La Paz, na Colômbia, em 2021, e também fez parte da programação da MOBR em Portugal e da Mostra Internacional de Teatro – MIT-SP. Também em 2021, o texto da peça foi publicado pela Editora Cobogó. Em 2024, foi apresentado no Encuentro Internacional de Artes Escénicas Expandidas Yvyrasacha, em La Paz, Bolívia, e lido no Encuentro Iberoamericano de Dramaturgia, no evento Punto Cadeneta Punto, organizado por Umbral Teatro em Bogotá, Colômbia.
Em cena, Alessandra Negrini dá vida à personagem A., que, sozinha em seu apartamento, dirige-se a um interlocutor não identificado para fazer o relato de uma viagem interior iniciada quando ela ganha uma pequena planta de uma vizinha. Certo dia, ao tentar limpar sua estante, A. se vê presa à planta por um fio de cabelo e submerge em um estranho processo, no qual observa seu corpo transformar-se lentamente em algo que desconhece. Despedindo-se de sua forma humana, tomada de novas sensações e percepções, A. ora narra fatos de seu cotidiano, ora se entrega a reflexões diversas, que transitam entre o lírico e o cômico. Uma experiência extraordinária, a um só tempo particular e coletiva.
De acordo com a atriz, a peça é composta por muitas camadas dramatúrgicas. “A Árvore é um relato. Um relato de amor. A personagem M. nos conta a sua história, a sua aventura mais íntima e nos oferece o testemunho de ver o seu corpo se transformando em algo outro. As angústias e as alegrias dessa viagem viram palavras e imagens potentes que ela mesma cria. É uma escrita performática, uma página, uma peça, uma narrativa dessa metáfora de virar algo que não é mais si mesmo. A ideia de virar uma árvore lhe parece bela e necessária e não há mais como escapar”, comenta.
A Árvore também é o primeiro monólogo escrito por Silvia Gomez, que teve sua inspiração para criar a personagem a partir de uma imagem. “Um dia, regando uma planta na estante, vi um fio do meu cabelo preso a ela. Pedi para meu filho fotografar e transformei o episódio em textos. Nesta peça, ele disparou a cena da metamorfose, elaborando a sensação de certa forma delirante de ter sido agarrada por aquela planta, como se ela tivesse algo a dizer”, revela.
Outra inspiração para a criação do texto veio de livros como “Revolução das plantas”, do biólogo Stefano Mancuso. Para a autora, a peça faz questionamentos sobre nossa relação de amor e ruínas com a natureza e nosso planeta. “Mancuso fala sobre adotar a metáfora das plantas para pensar nosso futuro coletivo. Olhar para elas como forma de buscar novas perguntas – e respostas – para essa relação em vias de esgotamento”, acrescenta.
“As personagens que escrevo são essas que, de repente, olham para a realidade, mas não cabem mais nela, adentrando então um espaço de delírio que, para mim, é na verdade, extrema lucidez. Um exercício de tentar elaborar o tremendo real por outra camada, reconhecendo nele as fissuras que nos permitem formular novas perguntas”, completa Silvia Gomez, que foi indicada ao Prêmio Shell de dramaturgia em 2019 por “Neste mundo louco, nesta noite brilhante”, e ao APCA de 2022, por “Gesto”.
Sinopse
Há alguns meses, A. vem enfrentando um estranho e inexplicável processo ao ver seu corpo transformar-se em algo que desconhece. Prestes a completar a mudança, ela se despede de suas feições mundanas com um relato que reflete sobre os aspectos extraordinários da experiência vivida por um corpo humano.
Ficha Técnica
Uma produção de Alessandra Negrini e Gabriel Fontes Paiva
Com Alessandra Negrini
Texto e Argumento de Silvia Gomez
Direção Ester Laccava
Assistência de Direção Giulia Lacava
Desenho de Luz Mirella Brandi
Cenografia Camila Schimidt
Figurinos Ana Luiza Fay
Trilha Sonora Original Morris
Realização de Peruca Feliciano San Roman
Técnica de Luz Giorgia Tolaini
Técnicos de Som e Vídeo Thiago Rocha e Bruna Moreti
Fotos Priscila Prade
Designer Gráfico Alexandre Brandão
Assessoria de Imprensa Pombo Correio
Produção Corpo Rastreado – Leo Devitto
Gestão de Projeto Luana Gorayeb
Realização Fontes Realizações Artísticas Ltda
Serviço
A Árvore, de Silvia Gomez
Temporada: 15 de agosto a 1º de setembro
Terça a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h
CCSP – Centro Cultural São Paulo – Sala Jardel Filho – Rua Vergueiro, 1.000, Liberdade, São Paulo
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)
Venda online em https://rvsservicosccsp.byinti.com/#/ticket/
Bilheteria: Terça a sábado, das 13h às 22h; e domingos, das 12h às 21h
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Capacidade: 321 lugares
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida