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Diego Antunes, que lançou em Janeiro de 2025 o single Natureza Morta | FOTO: Diego Antunes/ divulgação
Por tOn Miranda
Em janeiro de 2025, o cantor e compositor Diego Antunes lançou seu último single e nos apresenta com “Natureza Morta” uma obra que extrapola os limites da canção tradicional, transformando-se em uma pintura sonora de texturas e nuances que remetem à contemplação, introspecção e a constante tensão entre movimento e estagnação.
A música inicia com um instrumental minimalista, onde a construção melódica se desdobra delicadamente, como se a própria natureza fosse desenhada em camadas. Os arranjos sutis evocam uma sensação de intimidação, proporcionando o ouvinte para a profundidade lírica que está por vir. A escolha instrumental dialoga diretamente com o conceito da canção, onde o que parece estático revela, em suas entrelinhas, uma complexidade pulsante.
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Diego Antunes – cantor, compositor e ator | FOTO: Diego Antunes / divulgação
Diego utiliza sua voz como um elemento de destaque, mas sem sobrepor a base instrumental. Sua interpretação é introspectiva e envolvente, com uma entrega emocional que guia o ouvinte por paisagens emocionais densas. Há um cuidado em cada palavra cantada, com uma articulação que evidencia o peso poético da letra. O jogo entre fragilidade e força vocal traduz a dualidade do tema da música: a beleza e a melancolia da imobilidade, como em uma pintura que captura um instante congelado, mas carregado de significado.
A letra de “Natureza Morta” se destaca por sua carga simbólica e imagética. Diego construiu um universo poético onde o estático – como em uma pintura de natureza morta – ganha vida nos detalhes. Ele fala de paisagens internas, memórias, saudades e o tempo, elementos que ressoam de forma universal. A escolha das palavras é cuidadosa, quase como pinceladas precisas em uma tela, conferindo à composição uma profundidade reflexiva. A música nos leva a questionar: o que permanece vivo dentro do que parece estar morto ou inerte? Existe um apelo à observação, ao silêncio e à contemplação, que ecoa tanto no texto quanto na melodia.
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Diego Antunes, dono de uma voz marcante e composições como: Vamos Deslogar, (Des)eufórico, Tempo | FOTO: divulgação
O arranjo cresce em camadas discretas, com percussões suaves e instrumentos de corda que entram aos finais, criando uma dinâmica que simula o despertar de uma paisagem outrora adormecida. Essa construção gradual prende o ouvinte, criando uma jornada sensorial que culmina em um final aberto, como se a música continuasse ecoando dentro de cada ouvinte.
“Natureza Morta” é um trabalho que reflete o amadurecimento artístico de Diego Antunes como compositor e intérprete. A canção nos lembra que mesmo na aparente imobilidade há vida, movimento e poesia. Trata-se de uma obra que exige escuta atenta, pois cada detalhe – seja instrumental ou lírico – contribui para a criação de uma experiência imersiva e única.
Diego entrega uma música que não apenas se ouve, mas se sente. “Natureza Morta” é, sem dúvida, um convite à contemplação, uma pausa necessária no caos cotidiano para se deixar envolver por um universo onde a arte revela o extraordinário dentro do ordinário.
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Capa do single Natureza Morta do cantor e compositor Diego Antunes | FOTO: reprodução/ divulgação