RABISCO PODCAST | Galiana Brasil e Um Novo Olhar Para Arte E A Vida Durante E Pós-Pandemia.

O que a gerente do núcleo de Artes Cênicas do Instituto Itaú Cultural espera para as Artes depois do Coronavírus e a pandemia da COVID-19.

Galiana Brasil | FOTO: Richner Allan/ Divulgação

Por tOn Miranda

Eu tive um rápido bate-papo com Galiana Brasil, gerente do núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural, que recentemente abriu edital emergencial nas categorias Artes Cênicas, Música (já finalizados) e promete ainda abrir um novo edital para Artes Visuais. Gal falou comigo para o RABISCO PODCAST e nos contou sobre esse novo olhar que está surgindo para a Arte durante e pós-pandemia. Veja aqui um trecho da nossa conversa:

tOn Miranda

Minha segunda provocação é a seguinte: O que você imagina que irá mudar na relação das pessoas com a arte pós-pandemia? É possível ver novas formas de relações artísticas surgindo, tal como o teatro/monólogo transmitido ao vivo por lives nos stories do Instagram. Talvez possamos afirmar que não é bem teatro porque não prevê o contato direto com a plateia. Mas também não seria unicamente um produto audiovisual porque apenas se utiliza de tal suporte para transmissão. É uma nova forma de arte que surge nessa relação? Que outras possibilidades podemos vislumbrar sobre a arte pós-pandemia?

Galiana Brasil

Sobre essa segunda provocação, essa segunda pergunta, se muda, eu acho que é desafio pra todas as Artes, que a gente chama das Artes do Corpo, das Artes que necessitam do encontro, como é o caso das Artes Cênicas, que tem uma artesania, que também usa de suportes audiovisuais, tecnológicos, mas que a gente sabe não é o coração, que ela é realmente estruturada a partir desse encontro e eu acho que tudo isso está sendo revisto nesse momento, porque o que tá pesando mais, mais do que a necessidade da presença é a necessidade do encontro e a gente está reinventando formas de se encontrar, a gente tá fazendo isso com as nossas relações de trabalho, com as nossas relações afetivas, com a nossa família, então mais uma vez a Arte não fica distante disso e ela também está buscando formas de se reinventar. Acho que sim, algumas coisas vão ficar pra pós-pandemia, pra esse mundo que virá construído depois, por exemplo, essa necessidade de registro, de captar, de capturar, as vezes a gente é muito um culto ao efêmero, aquilo que acaba e pronto, e o teatro é isso, uma arte efêmera, quanto tá acontecendo nunca mais se repete, enfim, e eu acho que aqui vai ficar sempre essa lição dessa possibilidade de estender, de perenidade maior pra essas artes tão fugazes, assim como as Artes Cênicas estão inseridas. Eu acho que ainda tá cedo para um prognóstico de mais horizonte, porque a gente não sabe bem como que as coisas vão andar, vão caminhar, mas o que eu sinto que tá mais preponderante nesse momento é a necessidade de comunicação, e em nome disse a gente tá reinventando mesmo e as Artes Cênicas estão se revendo e os Artistas também, embora não seja uma situação confortável pra todas as pessoas, por vários sentidos: essa dependência tecnológica ela também não costuma ser muito igual pra todo mundo, ela tem a ver com recursos, ela tem a ver com questões financeiras, é uma linguagem também e é geracional também, então tem várias questões que a gente precisa pensar antes de emitir qualquer parecer, qualquer juízo de valor, quem sou eu?

Galiana ainda falou sobre a estreia do programa CAMARIM EM CENA no site do Itaú Cultural ( itaucultural.org.br ) no próximo dia 25 de abril de 2020.

Quer ouvir toda a conversa e as dicas que ela nos deixou? Ouça nosso Rabisco Podcast no link


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