Por tOn Miranda
UM FRAGMENTO DE MINI BIO
Diego Antunes é o nome artístico de Diego Antunes Silva, cantor, compositor e ator brasileiro. Paulistano do bairro do Cambuci é um pisciano nascido no dia 03 de março de 1986. É filho do estilista Ary Antunes Silva Jr. e da empresária e professora de francês Márcia Regina de Rizzo e encontrou na música – aos 12 anos de idade – seu primeiro movimento artístico. Com formação empírica e fortes influências musicais dos discos que ouvia nas reuniões em família em que fitas cassetes de Demônios da Garoa, Elis Regina, Cartola, Nelson Gonçalves, Tom Jobim, João Bosco, Chico Buarque e Caetano Veloso eram ouvidas com apuro, di3go encontrou no samba e na MPB a extensão de seu ser. As canções autorais, no entanto, surgiram somente em meados de 2014 para que, cinco anos mais tarde, Diego debutasse seu primeiro show em 2019, o Vamos Deslogar.
UMA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA FORJADA NA ARTE
A mãe dizia que desde pequeno Diego Antunes cantarolava por todos os cantos, mas foi na escola, aos 08 anos, que teve uma primeira experiência artística um tanto estranha. A professora propôs pro pequeno Diego e um colega (que não iam bem nos estudos) que se eles tirassem a nota máxima numa atividade (uma estrela dourada), ambos seriam contemplados com uma escalação para um papel na montagem de uma peça de teatro que a turma estava organizando para se apresentar na escola. Ambos conseguiram o grande feito e foram surpreendidos com o simbólico papel de burro na traumática montagem. Porém, os estudos na escola francesa continuaram estimulando o lado lúdico e artístico nas aulas e experiências culturais com música através de instrumentos musicais.
Aos 11 e 12 anos sua veia cômica estava cada vez mais aflorada, foi quando nos corredores do colégio começou a imitar e a ecoar o canto lírico das óperas que ouvia para divertir os colegas, sua primeira plateia musical. Até que um dia uma atenta professora de francês da escola ouviu, gostou e pediu pra ele preparar uma música para se apresentar para turma, uma canção de Édith Piaf. Por conta das cantorias, conseguiu vivenciar uma nova experiência teatral na escola e foi nessa nova apresentação no palco escolar, em uma cena de Molière, que ele sentiu o primeiro frisson que foi experimentar a emoção que todo artista sente através de uma calorosa salva de palmas vinda de uma plateia conectada e tocada por sua arte. Ainda na escola participou das montagens em francês dos musicais “Casting” e “Soirée Cabaret”.
A infância e adolescência foi regada de uma efervescente convivência com os avós com encontros sempre com muita música através de fitas cassetes de grandes cantores do rádio como Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Quarteto em Cy e tantos outros. Já com os pais, uma outra geração, ouvia muita MPB como Caetano Veloso, Chico Buarque, Secos e Molhados, Novos Baianos, João Bosco, Elis Regina, Luiz Melodia, Cássia Eller, Adriana Calcanhoto, Marisa Monte, Marina Lima, Ed Motta e toda MPB e Rock Brasileiro surgida nos anos 70, 80 e 90.
Diego Antunes | Arquivo Pessoal – Divulgação
Desde cedo teve uma curiosidade intuitiva para uma pesquisa vocal voluntária através da formação desse gosto e repertório musical herdado pelos pais e avós, tanto que foi um caminho orgânico e natural quando passou a frequentar e se divertir com os Karaokês presenciais e online aos seus 16 anos, tornando-se uma prática e grande influência na sua passagem da adolescência pra juventude e sua formação.
Uma outra camada de influências musicais vem do mundo gospel. Frequentou durante 15 anos a igreja e acampamentos Batista onde o envolvimento com duplas, trios, corais e banda jovem o ajudaram a mergulhar nos hinos do gospel americano com suas melodias e melismas. Foi nessa época que começou a experimentar a compor pra esse gênero musical.
UMA FORMAÇÃO E TRANSIÇÃO PROFISSIONAL NADA CONVENCIONAL
Diego Antunes em cena na peça Eu Quero É Pecar | Arquivo Pessoal – Divulgação
Diego Antunes antes de investir seriamente na sua trajetória e carreira artística vivenciou um hiato artístico quando se formou em Direito, tirou sua OAB e trabalhou por 05 anos como CLT numa empresa como assessor jurídico. Ele que fala fluentemente francês e inglês, viu uma oportunidade de mudança em 2011: numa viagem que fez para Austrália, onde morou por 06 meses e fez desse momento um período sabático, vivenciou a música autoral de modo muito latente e poético, pois tinha contato com ela todos os dias nas vielas e esquinas australianas através de artistas locais que faziam seus shows nas ruas. Pouco antes de voltar ao Brasil, é que teve o insight que guiaria seu retorno às artes: “Quero ser ator!”
De volta ao Brasil, especializou- se na Escola de Atores Wolf Maya e paralelamente fez diversos cursos livres e oficinas preparatórias de artes cênicas. Envolveu-se com o Grupo Palco Meu de Teatro onde fez sua primeira peça profissional: Eu Quero É Pecar, com texto e direção de Jean Dandrah. Pelo Teenbroadway participou dos musicais “Grease”, “Aida” e “Fantasma da Ópera”. No audiovisual participou dos filmes “Sylvio Caldas, o Seresteiro do Brasil” com direção de Dimas Oliveira e “A Ligação” com direção de Mauricio Antunes. Em 2015 protagonizou com Bruno Narchi e Carina Gregório o espetáculo Os Estranhos Que Nos Habitam de Walter D’Avilla com direção de Antônio Ranieri. No mesmo ano participou do espetáculo franco-brasileiro, patrocinado pelos Correios, Sortie de Secours com direção de Fábio Aragão. Depois, ainda em 2015, fundou a Cia Ruídos de Arte cuja a primeira montagem foi um espetáculo de sua autoria – Ruídos do Inconsciente, em 2017, uma peça experimental e de pesquisa de grupo, sua última experiência em teatro. Desde 2019 ingressou como estudante no lendário Grupo TAPA onde tem trabalhado o seu ser ator, como pesquisa.
Diego Antunes| Arquivo Pessoal – Divulgação
UM DEBUTE MUSICAL
“Quando eu soltar a minha voz por favor entenda que palavra por palavra, eis aqui uma pessoa se entregando. Coração na boca, peito aberto vou sangrando, são as lutas dessa nossa vida que eu estou cantando. Quando eu abrir minha garganta essa força tanta, tudo aquilo que você ouvir esteja certa que estarei vivendo. Veja o brilho dos meus olhos e o tremor nas minhas mãos e o meu corpo tão suado transbordando toda a raça e emoção. E se eu chorar e o sal molhar o meu sorriso, não se espante, cante que o teu canto é a minha força pra cantar. Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda: é apenas o meu jeito de viver o que é amar”, esses versos de 1980 de Gonzaguinha da canção Sangrando traduzem e exprimem com perfeição e exatidão o processo prazeroso, doloroso e poético do nascimento do cantor e compositor Diego Antunes.
Diego Antunes | Arquivo Pessoal – Divulgação
Em 2014, em meio a idas e vindas no seu trajeto por Sampa entre o trabalho, escola e a casa, sempre gostou de cantarolar suas músicas preferidas, porém, aos poucos foi percebendo que vez ou outra cantava melodias que não eram de ninguém conhecido. Ao perceber que estava brincando de compor começou a gravar no celular as práticas sonoras. Já em 2015, abandonou a visão romântica da prática do compositor, e mesmo ainda não tocando violão, encheu-se de coragem e inspiração e compôs sua primeira canção intitulada Bem Devagar. Pegou tanto gosto, que colecionou num período de 4 anos 20 composições completas – letra e melodia.
Diego Antunes – no show Vamos Deslogar | Arquivo Pessoal – Divulgação
Em 2019, depois de algumas tentativas frustrantes, resolveu gravar um single e montar seu primeiro show com suas composições. Ao olhar para suas canções, notou que tinha um número considerável de músicas que transitavam e flertavam com o universo do samba. Foi aí que nasceu o repertório autoral do show Vamos Deslogar e a gravação do primeiro single Dois Pra Quê?.
O baú de canções aberto para compor o repertório da turnê Vamos Deslogar contou com onze faixas, sendo elas Como um Bom Samba, Vamos Deslogar, Castelos Doidos, Sobriedade, Bem Devagar, Calma, Primeiro Andar, Dois Pra Quê?, Sonho Ruim, Arlequim de Mim e Manu.
Diego Antunes no Teatro Bruta Flor no show Vamos Deslogar | Arquivo Pessoal – Divulgação
Com a proposta de imergir no universo analógico do samba para sedimentar sua criação musical, Diego Antunes propõe vivências sensoriais distantes da hiperconectividade virtual para resgatar referências sensíveis de sua infância. Assim, de forma acolhedora, ele faz de Vamos Deslogar um refúgio generoso tanto na esfera poética quanto na qualidade de presença celebrada junto aos ouvintes.
O debute musical aconteceu na capital paulista, no palco-jardim do bucólico e aconchegante Teatro Bruta Flor na noite do dia 02 de Junho de 2019. A noite reuniu uma plateia lotada de afetos e uma catarse memorável de sentimentos e emoções aconteceu ali naquela comunhão musical com os músicos Raí Freitas (arranjos, violões e backvocal), Laje (percussão) e todos que ali se juntaram para testemunhar a concretização de um sonho.
Diego Antunes no show Vamos Deslogar | Arquivo Pessoal – Divulgação
UMAS GRAVAÇÕES, SINGLES E AFINS
capa do single de ‘Dois Pra Quê?’ | Divulgação
Dois Pra Quê?
Composta em 2017, foi a música que salvou e resgatou Diego Antunes trazendo à tona suas referências do universo do samba e da bossa nova. Com produção musical e masterização de Paulo Gianini, ele conseguiu captar e traduzir nos arranjos, violão e percussão o ar pré-carnavalesco que os versos da canção inspirada no canto de Elis Regina sugere. O lançamento nas plataformas digitais foi no dia 15 de maio de 2019.
Melhor Já Ir
A exemplo das composições de Chico Buarque, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil e tantos outros que surgiram nos anos 60 e 70 para resistir a Ditadura Militar que assolava o país, a canção Melhor Já Ir nasceu também com esse duplo sentido após o pleito eleitoral de 2018 com um sutil, mas contundente viés político e também a narração de um clássico pé na bunda romântico.
O que fazer depois de uma desilusão? Os compositores compõem. E foi isso que fez Diego durante sua quarentena (no combate a pandemia da COVID-19 provocada pelo novo coronavírus em 2020) no Guarujá (baixada santista): lançou mão da caneta e derramou todo sentimento acumulado, construindo uma canção que traduz o sentimento de muitos em Melhor Já Ir, música que gravou, mixou e masterizou remotamente com os músicos Raí Freitas (em Volta Redonda, RJ) e André Gabbay (em Sampa, capital paulista).
Diego, com uma doçura que lhe é peculiar, nos embala com a única certeza que podemos levar em frente: que é IMPOSSÍVEL nos acostumarmos com o que não nos faz bem individualmente e coletivamente.
Em uma audição online exclusiva, promovida para alguns artistas e gestores culturais, algumas personalidades falaram das suas primeiras impressões ao ouvir o single:
“…muito bonita a canção, a voz do Diego é muito bonita, um encanto, uma leveza, tudo flui de uma forma muito harmoniosa, o violão e a voz dele, o tom, o volume, é um encanto. A letra muito amorosa, delicada, tem uma cadência que vai te conduzindo, acho muito tocante, leve, apesar de falar de momentos delicados, ela chega muito leve na gente. Muito prazeroso de ouvir.” – Elias Andreato (ator, diretor)
“Uma voz doce, doce, doce. Um som leve, gostoso, intimista. Um artista que divide a sua ‘sala de casa’ com a gente, uma paz em momento de guerra, como esse que a gente vive. Um silêncio e ao mesmo tempo um som que nos revigora. Assim eu defino Diego Antunes.” – Bia Ramsthaler (apresentadora e diretora do Canal Diversão & Arte)
“A canção do Diego Antunes é muito linda, muito linda! E vem trazendo uma esperança, trazendo a possibilidade de um amanhã que com certeza será diferente, espero que seja diferente pro bem. O que eu achei muito interessante foi ele ter resgatado a bossa nova, a batida do violão, o compasso, tudo isso remete ao João Gilberto, remete ao melhor da música brasileira. Que bom!” – Alcides Nogueira (dramaturgo e telenovelista)
“…é uma música muito bonita… vamos ver se com doçura e amor conseguimos a força e ações necessárias pra mudar o amanhã…” – Laila Garin (atriz e cantora)
“…ouvi a canção, e o meu coração até ficou mais leve, ficou em festa, na medida que eu fui no embalo, na melodia, e a letra foi penetrando, porque já foi, já deu, não devia nem ter sido… uma leveza, uma graça, e uma vontade de confirmação, já foi, já deu, já era.” – Galiana Brasil (Gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural).
O single lançado nas plataformas digitais no dia 17 de maio de 2020 vem acompanhado por um genuíno lyric vídeo editado pelo diretor Dinho Santoz.
Diego Antunes | Arquivo Pessoal – Divulgação
Vamos Deslogar
A canção que deu nome ao show autoral e de estreia de Diego Antunes, nasceu de flertes e namoricos com um crush na internet. Os versos convidam para uma pausa nas relações frias e muitas vezes artificiais e automáticas das redes sociais e chamam para um encontro off-line e analógico com muito mais calor. “…Vamos deslogar, vamos é viver, só pra variar, eu quero é você…” intima a música que ganhou no dia 29 de maio de 2020 um lyric vídeo deliciosamente bem humorado que mistura as imagens e memes que estamos tão acostumados a ver nas redes com a letra da canção, brilhantemente editado por Gabriel Rodrigues.
O artista, que só está começando sua linda trajetória, está produzindo como nunca, além do show autoral, que promete pra 2021 um EP com 5 músicas de Vamos Deslogar, di3go está envolvido com vários projetos musicais, dentre eles Diego Antunes & banda Brasilindos, banda com os violões e backvocal de Raí Freitas, a bateria de Caio Gomes e o baixo de André Gabbay que homenageiam o repertório e o cancioneiro da Música Popular Brasileira. Também tem o The Asturians, selo musical criado por Diego para projeto autoral e de produção de música eletrônica. Ainda, durante a quarentena, se propôs de colocar aos domingos no seu IGTV do perfil do seu Instagram (@di3go.cantor) uma música nova composta durante a semana. Em julho de 2020 está previsto ainda o lançamento do seu novo single produzido na quarentena – Tempo. Sigam e alimentem-se da arte desse grande jovem talento.