Vinho brasileiro pode ser celeiro do mundo

26/8/2021 – Brasil está se encaminhando para se tornar referência em termos de qualidade e diversidade de vinhos, por ser o único país onde se produz três tipos de vinhos

O consumo de vinho no Brasil teve um boom nos últimos anos, hoje é fácil encontrar livros, lives, digitais influenciadores que tratam apenas do assunto de vinho, facilitando as informações para o consumidor final e ajudando-os na iniciação no mundo do vinho. Mesmo com o crescimento de 30% na pandemia do consumo per capita do Brasil, ainda tem muito para continuar crescendo, pois o Brasil atingiu 2,78 litros de vinho per capita.

Um dos fatores que ajudou a crescer o consumo de vinho no Brasil, foi o próprio vinho brasileiro, que vem aumentando sua produção não somente em quantidade, mas vem crescendo em qualidade e conquistando prêmios no Brasil e no exterior.

Por diversas razões o vinho brasileiro está ganhando destaque do mundo, dentre as quais destaca o pesquisador da Embrapa Celito Crivellaro Guerra “expansão das áreas de plantio para novas regiões, aumento do leque de variedades de uva para elaboração de vinho, investimentos em conhecimento e tecnologia de produção vitícola e enológica, aumento da inserção da produção vitivinícola brasileira nas mídias, melhora constante da qualidade geral média dos vinhos e aumento do consumo a partir da pandemia”.

De acordo com o Giuliano Elias Pereira, também da Embrapa, as diferentes regiões e associações estão se organizando e buscando a certificação, isso faz com que tenha uma união no setor a favor da qualidade do vinho nacional, o que tem contribuído para melhoria dos processos e de produção das uvas para a elaboração dos vinhos.
Além disso, o Brasil está se encaminhando para se tornar referência em termos de qualidade e diversidade de vinhos, por ser o único país onde se produz três tipos de vinhos:

1) Vinhos da viticultura tradicional, produzidos nos estados do Sul e Sudeste, da mesma forma como acontece em todos os outros países produtores, nos hemisférios norte (França, Espanha, Itália, Portugal, Alemanha. Estados Unidos, Canadá e China) e sul (Chile, Argentina, Uruguai, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia), com uma poda e uma colheita por ano;
2) Vinhos tropicais, no Vale do São Francisco, com duas podas e duas colheitas por ano, nos estados de Pernambuco e Bahia. Com o escalonamento das parcelas, pode-se podar e colher uvas em todas as semanas do ano;
3) Vinhos de inverno, nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste (Chapada Diamantina-BA), cujos vinhedos estão entre 600-1.300 m de altitude. Nesta nova viticultura do Brasil, está sendo adotada a dupla poda. As videiras são podadas em agosto (poda de formação), os cachos são derrubados em outubro-novembro, a poda de produção ocorre em janeiro-fevereiro, sendo as uvas colhidas entre junho e agosto, em pleno inverno. Nestas condições, ocorre estiagem, baixas temperaturas durante a noite, temperaturas elevadas durante o dia, com alta luminosidade.

Desta forma, os vinhos do Brasil terão maior abrangência nos mercados nacional e internacional, e irão gerar mais interesses ainda, em virtude destas diversidades de regiões vitivinícolas, de norte a sul, de leste a oeste. Os vinhos das três regiões apresentam qualidades distintas, mas que valoriza as tipicidades e identidades locais de cada região, segundo Giuliano Elias Pereira.

Com essas diversidades de regiões de produção de vinhos nacional e com os investimentos que vêm crescendo ano a ano por parte das vinícolas em busca de melhorar a qualidade de seus vinhos e proporcionar uma melhor experiência para seus consumidores, e com o aumento de vendas online de vinhos no Brasil, surgiu a ideia da realização de marketplace apenas de vinhos brasileiros, o bruva, que vêm fomentando a cultura de consumo dos vinhos brasileiros, ligando os consumidores a diversas vinícolas com mais de 250 variedades de vinhos, atendendo a todo o público de vinho.

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