O ator, em cartaz em São Paulo com a peça “A Confissão de Leontina”, é também autor de “A menina que conversava com a estrela”, sua obra de estreia que nos leva a um universo encantado de memórias cotidianas
Desde que me mudei de São Paulo, em meio a pandemia de Covid-19, me propus a mudar o eixo de meu olhar para a arte. O teatro continua sendo a primeira paixão e não o abandono porque não é apenas para o ator que o palco se apresenta como parte de um corpo. Também para o público apaixonado pela cena, o palco pulsa e nos orienta na busca pelo sentido da vida e da arte. Porém, novas formas de viver a arte se apresentam todo dia e hoje me proponho também a mergulhar na experiência literária, não como uma crítica especializada (que não sou e nem pretendo vir a ser), mas como quem devora as palavras na busca pelo sentido e pelas sensações que trazem o texto. Gosto de ler como quem embarca na narrativa e ela me conquista se me faz, de forma sensível e não consciente, mergulhar para dentro das páginas como quem vivencia a história.
Começo então esta nova experiência de escrita contando sobre a grata surpresa de encontrar, neste caminho, com “A menina que conversava com a estrela”, primeiro livro do autor Marcio Trinchinatto.
Marcio é ator, diretor, professor de teatro, chef de cozinha e confeiteiro. Suas experiências de vida, somadas ao olhar de menino e aos sonhos de um artista múltiplo, se misturam e dão forma ao olhar da menina Lara, personagem principal da obra que narra seus encontros com as estrelas e a vida cotidiana em seu condomínio. Cheia de pequenas verdades sobre a descoberta de uma menina sobre as dores e alegrias do viver, “A menina que conversava com a estrela” é uma obra delicada e um doce presente aos olhos de crianças, jovens e adultos.
Marcio Trinchinatto conta que o processo de escrita deste livro passou por memórias e aprendizados especiais, “Lembro-me que ainda criança achava fabuloso fazer redações usando os nomes dos meus colegas de classe. Todos ficavam esperando minha vez de ler em voz alta para saber onde e como eles se encaixavam na história. A ideia de escrever A MENINA QUE CONVERSAVA COM A ESTRELA, no entanto, nasceu durante um período de muito recolhimento, depois de acompanhar uma aluna com um sério problema de saúde, justamente na idade que eu tinha quando escrevi as primeiras redações nas aulas de Português. Testemunhar a luta e a fé de sua mãe mexeu em algo valioso em mim, e pouco tempo depois de vencerem a doença fui eu que perdi minha mãe, o meu coração do lado de fora”.
Foi então que Marcio resolveu voltar no tempo e se aventurar na seara da escrita construindo e dividindo com Lara, sua personagem, o olhar para a vida e para as aventuras e desventuras de uma criança que conversa com o coração.
As estrelas de Marcio são companheiras de Lara e do leitor frente as descobertas da vida. Uma narrativa doce, em uma obra em capa dura, ilustrada pelo artista Victor Grizzo e publicada pela Editora Flamingo. São 52 páginas para serem saboreadas por crianças, jovens e adultos porque é uma obra que não tem idade.
Para adquiri-lo, entre em contato com o autor pelo Instagram. Seu perfil é @marciotrinchinatto
Aliás, Marcio, está em cartaz com o espetáculo “A Confissão de Leontina”, de Lygia Fagundes Telles, com direção de Kleber Montanheiro. O solo está no Teatro Eva Herz, de 11 de março a 29 de abril, toda sexta às 20h. Aproveite para conhecê-lo em palco. É um ator potente, talentoso e foi um dos meus melhores professores de teatro.