Protagonizado por Helena Ignez e Ney Matogrosso, A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE aborda a sexualidade feminina de forma livre.
O novo filme da cineasta, roteirista e atriz Helena Ignez A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE terá sua première mundial na 26a Mostra de Cinema de Tiradentes, que acontece entre os dias 20 e 28 de janeiro. O filme terá sua primeira sessão no dia 23, às 18h, na Cine Tenda. No dia seguinte, às 10h, haverá o encontro com a diretora e com Ney Matogrosso no Cine Teatro. O longa é assinado pela Mercúrio Produções, e teve apoio de DGT Filmes, Filmes de Infiltração, Nomade Label e Near Foundation.
Em A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE, Helena Ignez retoma sua parceira com o cantor, compositor e ator Ney Matogrosso – com quem fez filmes como Luz Nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha, Ralé e o curta O Poder dos Afetos. Aqui, interpretam Jarda Ícone, artista, sexóloga e roqueira octogenária, como se define, e ele, Lírio Terron defensor dos direitos humanos. Amigos e amantes de longa data, retomam, agora, as lembranças de uma viagem que fizeram, décadas atrás, no Marrocos Saariano, onde um fato marcante ficou em segredo por muitos anos.
“Foi maravilhoso voltar a trabalhar com Ney, é uma parceria orgânica. Possivelmente, nesse filme, ele está em um de seus melhores trabalhos como ator. Impressionante como ele está desarmado, aberto para o que vem no momento. Ele se tornou cada vez mais um ator consciente de seu trabalho como ator também, não apenas como cantor, mas também como interprete dramático.”
O roteiro, assinado por Helena Ignez também, acompanha momentos do passado e do presente na vida da dupla. Na juventude, quando faz a viagem de Londres ao Marrocos, Jarda é interpretada por Djin Sganzerla. No presente, Jarda é uma mulher livre, uma artista e sexóloga, que advoga pelo prazer feminino sem restrições, mas um episódio desalentador desse passado precisa ser trabalhado no presente.
Helena Ignez conta que uma das inspirações para o filme foi o trabalho da sexóloga americana Betty Dodson, que morreu aos 91 anos, em 2020. A diretora explica que durante o isolamento pode mergulhar na obra da intelectual, que é nominalmente citada no longa, e essa pesquisa serviu de base para a personagem Jarda Ícone e os temas abordados no filme. E, nesse sentido, a cineasta aponta que este é um filme sobre o Brasil de hoje.
“A pandemia permitiu dedicação e estudo para esse trabalho o que pude fazer com intensidade. Origem do filme. Começa com a Jarda Ícone hoje, lembrando com Lírio Terron, desde a juventude, uma relação de proximidade, e vem em busca desses personagens hoje. Eu encaro a Jarda Ícone realisticamente apesar de ser uma diretora experimental. Ela é uma figura poético-realista.”
O filme tem produção executiva assinada por Helena Ignez e Michele Matalon. A fotografia é de Toni Nogueira, Flora Dias, Mirrah da Silva, Matheus da Rocha Pereira e Lucas Eskinazi. A montagem é assinada por Sergio Gag.
A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE é realização da Mercúrio Produções
Sinopse
A Alegria é a Prova dos Nove é um filme memorial, de amor, sobre a viagem realizada a Marrocos nos anos 70 por Jarda Ícone (Helena Ignez) artista, sexóloga e roqueira octogenária, como se define, e Lírio Terron (Ney Matogrosso) defensor dos direitos humanos. Na verdade, uma viagem que não acabou em suas vidas.
Jarda Ícone dá aulas presenciais e online sobre como as mulheres podem obter o seu próprio orgasmo. Com seu grupo de discípulas e amigas Ana Brasil, Sheyla Fernanda, Caroline Sylvie e Lakshmi desenvolve projetos feministas e artísticos autossustentáveis.
A Alegria é a Prova dos Nove é iconoclasta e político, mas nada politiqueiro no sentido tradicional. É uma ode aos movimentos underground e da contracultura, é um hino à liberdade e seu título é uma homenagem a Oswald de Andrade, um dos principais nomes do modernismo brasileiro.
Ficha Técnica:
A Alegria é a Prova dos Nove
Título Inglês: Joy is the Acid Test
Ficção, Cor, 100 min, 2023
Direção e Roteiro: Helena Ignez
Produção executiva: Helena Ignez e Michele Matalon
Elenco: Ney Matogrosso, Amjad Milhem, André Guerreiro Lopes, Arthur Alves dos Santos, Barbara Vida, Dan Nakagawa, Danielly O. M. M, Djin Sganzerla, Fernanda D’Umbra, Fransérgio Araújo, Guilherme Gagliardi, Guilherme Leme, Helena Ignez, Jesus Cubano, Judite Santos, Julia Katharine, Lea Arafah, Mário Bortolotto, Michele Matalon, Negro Leo, Nill Marcondes, Rafael Rudolf, Samuel Kavalerski, Thaís de Almeida Prado e Vera Valdez.
Direção de produção: Michele Matalon
Direção de fotografia: Toni Nogueira, Flora Dias, Mirrah da Silva, Matheus da Rocha Pereira e Lucas Eskinazi
Montagem: Sergio Gag
Edição de som e mixagem: Damião Lopes / mixado no estúdio Euforia
Som direto: Renato Garcia
Colorista: João Marcos de Almeida
Direção de arte: Fabio Delduque
Figurino: Sonia Ushiyama
Arte Gráfica: Gustavo Godoy
Seleção musical: Helena Ignez
Produção: Mercúrio Produções
Apoio: DGT Filmes, Filmes de Infiltração, Nomade Label e Near Foundation.
Biografia Helena Ignez:
Helena Ignez com mais de 60 anos de produção nos vários campos das artes cênicas e cinematográficas já foi homenageada na Ásia e na Europa, como no 20º Fribourg International Film Festival, na Suíça, com a Mostra “La Femme du Bandit” com 25 de seus filmes e no 17º Festival of Kerala, na Índia, com a exibição de 6 filmes em que trabalhou como atriz ou diretora. Foi a homenageada de 2017 do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e em 2021 foi homenageada na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, 45ª edição, recebendo o Prêmio Leon Cakoff, que destaca personalidades, brasileiras ou internacionais, que contribuem para o desenvolvimento artístico e humanitário do cinema.
Na França, em 2019, foi lançado o livro Helena Ignez, actrice expérimentale pelas edições Accra, da Universidade de Estrasburgo (leste), escrito por Pedro Guimarães, em co-autoria com Sandro de Oliveira. Foi o terceiro da coleção Études Actorales (Estudos de Atuação), focado em atores, os dois primeiros foram dedicados a Montgomery Clift e Leonardo DiCaprio. No Brasil o livro Helena Ignez: Atriz Experimental foi lançado pela Edições SESC, em 2021, escrito pelos autores Pedro Guimarães e Sandro de Oliveira.
Helena Ignez fez seu primeiro filme com Glauber Rocha, como atriz no “Pátio” em 1959. Fez inúmeros filmes do Cinema Novo, como “A Grande Feira”, “O Grito da Terra”, “O Assalto ao Trem Pagador” e “O Padre e a Moça”. Começou sua parceria criativa com Rogério Sganzerla em 1968 e atuou em quase todos os seus filmes.
Ela dirigiu os filmes “Reinvenção da Rua”, “A Miss e o Dinossauro – Bastidores da Belair”, “Canção de Baal” – Prêmio de Melhor Filme pelo Júri da Crítica no Festival de Gramado em 2009 e Prêmio Anno Uno no Festival I Mille Occhi, em Trieste na Itália, “Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha” – premier no 63º Festival de Cinema de Locarno na Suíça, Prêmio da Crítica Boccalino d’Oro de Melhor Filme, “Feio, Eu?”, “Poder dos Afetos” exibido no 67º Festival del film Locarno, “Ossos”, “Ralé” exibido no 34º Filmfest Munchen, premiado no 23º Festival Mix Brasil e no 39º Festival Guarnicê de Cinema, “A Moça do Calendário”, roteiro original de Rogério Sganzerla, lançado nos cinemas no segundo semestre de 2018, exibido e premiado em festivais e o longa-metragem documentário “Fakir” – Prêmio Melhor Filme pelo Júri Popular do 9º CineFantasy e Melhor Filme Longa-Metragem pelo Júri Oficial do 1º Festival As Amazonas do Cinema. Em 2020 a convite de Kleber Mendonça Filho e do Instituto Moreira Salles participou do Programa Convida, realizou e dirigiu o curta “Fogo Baixo, Alto Astral”, que foi um dos finalistas do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2022 na categoria Melhor Curta-metragem Documentário, foi exibido no Festival Biarritz Amérique Latine 2022, na 10 edición do Primavera do Cine en Vigo, Espanha, no 44° Festival Guarnicê de Cinema, no Latino & Iberian Film Festival at Yale – LIFFY, EUA, no 33º Festival Internacional de Curtas de São Paulo e ganhou o prêmio de Melhor Curta Documentário no 7º Festival Curta Campos do Jordão – FCCJ.
Sobre a Mercúrio Produções
Mercúrio Produções Ltda, produtora fundada por Helena Ignez, Djin Sganzerla e Sinai Sganzerla, é responsável por toda a obra cinematográfica do cineasta Rogério Sganzerla, além das produções audiovisuais próprias de suas fundadoras. A produtora tem mais de trinta filmes em seu currículo e inúmeros prêmios, entre os quais estão: Mulher Oceano (2020), vencedor de quinze prêmios, entre eles Melhor Filme no Porto Femme, no 24° CINE PE, no Festival Internacional de Cinema de Santos, Melhor Direção no 44° Festival Guarnicê e no 28° Festival de Vitória; A Mulher da Luz Própria (2019) exibido no 41º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano en La Habana – Cuba, SANFIC 16 – Santiago International Film Festival, premiado e exibido em outros festivais; O Desmonte do Monte (2018) exibido no 31º Cinélatino, Rencontres de Toulouse na França, sendo o único documentário brasileiro em competição; A Moça do Calendário (2017), Prêmios do Público e Melhor Ator no 21º Festival de Cinema Luso Brasileiro de Santa Maria da Feira em Portugal, entre outros prêmios; Ralé (2015), Prêmio de Melhor Direção no MixBrasil; Luz Nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2012) com Ney Matogrosso no papel principal, único longa-metragem da América Latina a participar do Festival de Cinema de Locarno, na Suíça; O Signo do Caos (2005), Prêmio de Melhor Direção no Festival de Cinema de Brasília, distribuído pela Petrobrás; Copacabana Mon Amour (1970, restaurado em 2013 com patrocínio da Petrobras); O Bandido da Luz Vermelha (1968) e entre outros premiados filmes.
O filme O Bandido da Luz Vermelha, direção de Rogério Sganzerla, é considerado um clássico da cinematografia nacional, sendo destacado pela Wellington Film Society, na Nova Zelândia, como um dos melhores filmes realizados no século 20. Continua sendo exibido em inúmeros festivais internacionais e mostras na Europa, Ásia e EUA, como também em importantes museus como Tate Modern em Londres e no MOMA, em Nova York. Este filme foi indicado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade. A produtora também realizou a restauração em 2008 do filme.