Alessandra Leão lança disco com participações de mestres e mestras da ciranda, coco e maracatu, com percussão e sintetizadores

Selecionado pelo Rumos Itaú Cultural, ACESA é a etapa final do projeto de mesmo nome da artista, que contou com conversas em caminhadas livres com mestres e mestras, músicos e líderes religiosos e serviu de criação para o seu mais recente álbum. As trocas com os artistas populares resultaram em músicas criadas com synths, pulsantes, festivas, passando também por espiritualidades e transmutações pessoais.

ACESA | Alessandra Leão_Single – foto Gabriel Bianchini

No dia 17 de novembro, a compositora, cantora, percussionista e produtora musical Alessandra Leão lança seu novo álbum, ACESA, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018 e que estará disponível nas plataformas de streaming. Composto por 10 faixas inéditas e três vinhetas, o disco foi todo pensado a partir de arranjos com percussão e sintetizadores, que permitiram a criação de novos sons, timbres e texturas. Além da artista, a produção e arranjo também são assinados pelo produtor musical Caê Rolfsen, com quem ela produziu Macumbas e Catimbós, indicado ao Grammy Latino 2019.

O trabalho apresenta vivências e experimentações de Alessandra, em especial dos últimos cinco anos. Segundo ela, o que mais a instiga na formação instrumental de ACESA é a possibilidade de se aprofundar no processamento dos sons de outras maneiras que ela já flertava. Para a jornalista e pesquisadora musical Debora Pill, o disco exala pulsões de vida que passam por festas, espiritualidade, sexualidade e transmutações pessoais.

Capa do single ACESA

ACESA, escrito assim mesmo, em caixa alta, é como quem grita, como quem urge. A cantora diz que é, sobretudo, um suspiro, uma pausa no tempo, um exercício profundo de escuta, um convite ao movimento. É caminhar se permitindo perder-se no espaço, para ativar os sentidos e a alma. “Esse novo trabalho convida para um transe por meio do deslocamento no espaço e da música que faz o corpo dançar e transbordar a alma pelas cidades e terreiros”, afirma.

“Tanto o transe quanto a deriva têm como princípio perder-se, na cidade e da consciência, da razão. Borrar limites, expandir. É uma busca por outras relações possíveis no eu com o espaço urbano, entendendo a cidade como ambiente para conexão e transcendência”, explica. “Novas cartografias de nós mesmos em forma de música, poesia, movimento e processos migratórios reais e simbólicos entre mulheres e homens, artistas, cidades e linguagens.”

Músicos e convidados

As percussões foram gravadas por Alessandra, Mestre Nico, Abuhl Junior, Guilherme Kastrup e Mauricio Badé e os syntetizadores por Caê Rolsen.

O discoconta com participações das cirandeiras Severina e Dulce Baracho, e Lia de Itamaracá; do Mestre Barachinha, do Maracatu Estrela Dourada; da Mestra Nice Teles, do Cavalo Marinho Estrela Brilhante, de Condado; assim como os músicos Caçapa, Siba, Helder Vasconcelos e Nilton Junior, todos de Pernambuco. E tem contribuições, ainda, da paraibana Mestra Odete de Pilar, coquista e cirandeira; da Aldeia Ibiramã Kiriri do Acré, de Minas Gerais; da cantora carioca Juçara Marçal; da cantora e rabequeira paulistana Renata Rosa; e da cantora paulistana Laura Tamiana.

Projeto

Com o disco, Alessandra finaliza o projeto de mesmo nome, que passou por diferentes etapas. Na primeira, ela teve conversas em caminhadas livres, sem roteiros pré-determinados, com mestres, músicos e líderes religiosos ligados às tradições do Coco, Ciranda, Maracatu de Baque Solto, Jurema, Umbanda e Candomblé dos estados de Pernambuco, Paraíba e São Paulo.

Em um segundo momento, os bate-papos fizeram parte do processo de pesquisa para o disco e foram transformados em websérie, disponível no canal do Youtube da artista https://www.youtube.com/user/alessandraleao.

Alessandra Leão

Nascida em Pernambuco, a musicista tem oito discos lançados. Foi indicada ao Grammy Latino, ao Prêmio da Música Brasileira e ao WME, e recebeu o Prêmio Grão de Música, pelo conjunto da sua obra.

Ela começou na música como uma das integrantes/fundadoras da banda Comadre Fulorzinha, no final da década de 1990, durante a efervescência do movimento Mangue Beat. Ao lado de musicistas como Karina Buhr e Isaar, parceiras de banda, contribuíram para abrir trilhas para gerações seguintes de mulheres, sobretudo na percussão e em papéis de liderança artística.

Em 2006, iniciou sua carreira solo com CD Brinquedo de Tambor. Em 2009, lançou o CD Dois Cordões e mais recentemente Macumbas e Catimbós, indicado ao Grammy Latino 2019. Faz parte de sua discografia a trilogia de EPs Língua – composta por Pedra de Sal (2014), Aço (2015) e Língua (2015) – e os projetos Folia de Santo (2008) e Guerreiras – Trilha Sonora Original (2010). Atualmente, prepara para o lançamento do seu nono disco, Acesa, selecionado pelo programa Rumos, do Itaú Cultural.

Em 25 anos de carreira, Alessandra Leão atuou ao lado de importantes músicos e compôs com parceiros como Chico César, Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Juliano Holanda, Caçapa, Lívia Mattos, Siba, Arthur de Faria e Dani Nega. Já se apresentou no Brasil e em países da Europa, América Latina e América do Norte. Ministra aulas de voz e de ilu (tambor usado nos terreiros de Xangô e Jurema em Pernambuco) e é curimbeira da Casa de Umbanda Pai João da Ronda – Terreiro Recanto Quiguiriçá.

Sobre o Rumos Itaú Cultural

Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 75,8 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas 1,5 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.

Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de sete milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.

Na última edição, de 2019-2020, os 11.246 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 23 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 92 projetos.

SERVIÇO:

Rumos Itaú Cultural 2017-2018

Lançamento do disco ACESA

De Alessandra Leão

Dia 17 de novembro

Disponível em todas as plataformas de streaming

Redes

Site oficial: https://www.alessandraleao.com.br/

Instagram: https://www.instagram.com/alessandra_leao/ Youtube: https://www.youtube.com/user/alessandraleao

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