As camadas poéticas de Thays Heleno | PERFIL

Por tOn Miranda

Depois de um longo hiato sem escrever nessa coluna que eu tanto amo, volto aqui para trazer novos papos, novos olhares, novos afetos e principalmente novos encontros. Quando eu estava reascendo a chama da Coluna PERFIL, eu queria recomeçar com pessoas que eu admirasse muito, com vivências e histórias que muitas vezes a grande mídia pouco conta. A primeira desse recomeço é alguém que eu tenho uma profunda admiração e um imenso carinho: minha querida amiga THAYS HELENO.

Thays Heleno é sinônimo de bom gosto, criatividade e de coragem. Aquela coragem que não é a ausência de medo, mas sim a presença de uma determinação que impulsiona para a realização dos seus sonhos. Ela é formada em artes cênicas, mas sempre teve verdadeira fascinação pela criação de figurinos. Depois de se dedicar por 8 anos à produção cultural, se especializou em gerenciamento de projetos e, após estudar consultoria de imagem e estilo e moda sustentável, teve a oportunidade de iniciar seu primeiro grande projeto: a TH Consultoria de Estilo.

Em cinco minutinhos de um cafezinho com a gata, ela consegue transformar qualquer olhar fútil para a moda e utilidade e renovação para um olhar apaixonado para o segmento que é responsável por alavancar diversas economias pelo mundo.Hoje, além de oferecer consultoria, também atua como personal organizer, figurinista no canal Deboche Astral e em produções publicitárias.

tOn Miranda: Qual a lembrança marcante você tem da sua infância?

Thais Heleno: A principal lembrança que eu tenho da infância é sair descalça pra brincar na terra e tomar sorvete de massa com meu avô.

tOn: O que te levou a se envolver com a área artística?

TH:  Eu sempre quis ser atriz. Ficava fascinada em vendo as atrizes na novela e desde os 10 eu já ensaiava no espelho as entrevistas que eu iria dar (risos). Depois que fiz artes, passei a entender melhor os processos de produções artísticas e ressignifiquei muitos conceitos que eu tinha quando era mais jovem.

tOn: Quem é uma inspiração para você?

TH: Eu nunca fui de idolatrar as pessoas sendo sincera, admiro muitos artistas por seus trabalhos, mas acho que a minha maior inspiração foi minha mãe, que desde sempre me incentivou a correr atrás do que eu queria, a não desistir, e também me mostrou a realidade dura do mundo para que eu estivesse preparada para enfrentá-lo, principalmente sendo mulher.

tOn: Qual o hábito mais chato das pessoas?

TH: Achar que sabem de tudo, que as suas verdades são absolutas e que as vivências e sentimentos dos outros podem ser anulados facilmente por alguma convicção sua. Isso me irrita muito. Depois disso vem o controle. Odeio ser controlada, de qualquer forma.

tOn: O que você vê como seus pontos fortes?

TH: Acho que sou muito determinada e sincera. Comigo mesma, nas relações com as pessoas e em tudo que eu acredito, que eu realmente acho que vale a pena.

tOn: Qual o mais distante você já esteve de casa?

TH: Geograficamente falando, até o momento foi os EUA. Mas moro desde os 19 longe dos meus pais e do conceito de “casa” que eu tinha. Ressignifiquei este conceito, e hoje não me vejo mais presa a ninguém e a lugar algum. Mas minha resposta final, sem dúvidas, seria o momento em que passei por uma depressão após um relacionamento abusivo. Nunca me senti tão vazia e distante de casa, de todos, e de eu mesma.

tOn: Cite dois ou três pratos que remetem a sua infância e que eram especialmente memoráveis?

TH: Panquecas, nhoque e o arroz e feijão da minha mãe. São pratos que até hoje não encontrei igual (risos). Os momentos das refeições eram só na mesa, com todos juntos contando sobre como foi o dia.

tOn: Em que momento decidiu fazer do seu talento uma profissão?

TH:  A verdade é que meu talento foi descoberto. Mesmo sempre gostando dessa área, uma das minhas melhores amigas, a diretora de arte Thaís Seixas, percebeu meu talento com roupas, formação de looks de forma prática e organização. E na pandemia vi a oportunidade de explorar mais este lado e me especializar. Interesses foram se cruzando e surgiu a TH, uma consultoria baseada em premissas que acredito, como a relação saudável com o mercado da moda e um olhar gentil para nossa autoestima e a forma que comunicamos com o mundo através da nossa imagem.

tOn: Qual artista faz a trilha sonora da sua vida?

TH: Nossa, muito difícil eleger um. Mas sou muito ligada à cultura pop.

tOn: Quem são os seus melhores amigos?

TH: Minha mãe, Vitor DiCastro e Thaís Seixas, meus irmãos de alma. São pessoas que estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis da minha vida, e escolheram ficar.

tOn: Qual canal de TV não existe, mas deveria?

TH: Deveria existir um canal dinâmico e atrativo sobre educação política e financeira para o acesso de todos. Sem partido e que despertasse interesse por informar de forma inteligente e transparente sobre a importância desses temas para viver em sociedade.

tOn: Quem são os seus heróis?

TH: Não tenho. Não acredito em heróis na vida real. Tenho pessoas que me inspiram, como já citei.

tOn: Onde você gostaria ir de férias e nunca foi?

TH: Eu sempre quis ir para a Tailândia, mas batalhando para conseguir muito em breve (risos).

tOn: Qual foi a última coisa que você conseguiu de graça?

TH: Olha…um abraço (muitos risos). No país que vivemos, ainda tenho o privilégio de ganhar afeto de graça.

tOn: Qual filme merece uma sequência?

TH: Não sei dizer, eu gosto de viver uma boa história de forma intensa. Acho que as sequências, especialmente no cinema, perdem essa intensidade.

tOn: Se você pudesse se encontrar com qualquer pessoa no mundo, quem seria e por que?

TH: Nunca pensei sobre isso, vou ficar com essa pergunta para refletir e te responder um dia.

tOn: O que você ensinaria a você mesmo quando criança?

TH: Me ensinaria sobre a vida como ela é, de forma gentil e afetuosa, mas não como os contos de fada fazem a gente acreditar ser.

tOn: Se você fosse um heroí, qual seria o seu super poder e por que?

TH: Não sei se existe um herói capaz de se tele transportar para qualquer lugar do mundo (risos), mas se existe quero ser este.

tOn: Pelo o que você gostaria de ser lembrada?

TH: Pela minha lealdade. Se tem uma coisa que sou, é leal.

tOn: Qual a pergunta mais chata que fazem a você?

TH: “Deve ter sido fácil pra você né?!”. Odeio esse julgamento a partir de uma análise superficial sobre a história de cada um.

tOn: Uma cor…

TH:  Amarelo

tOn: Uma música…

TH: Girl put you records on

tOn: Um lugar…

TH:  São Miguel dos Milagres

tOn: Um livro…

TH: Orgulho e preconceito

tOn: Dia ou Noite?

TH: Dia, sempre.

tOn: Doce ou Salgado?

TH: Salgado

tOn: Um prazer…

TH: Comer

tOn: Uma saudade…

TH: Não ter boletos pra pagar

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